Projeto em Nova Iguaçu transforma bitucas de cigarro em artes e educação ambiental nas escolas

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Os alunos da Escola Municipal Agroecológica Vale do Tinguá, em Nova Iguaçu, estão tendo uma experiência educativa, criativa, sustentável e inesquecível. As crianças participam de uma oficina de artesanato, utilizando massa celulósica — material reciclado das bitucas de cigarro que são recolhidas pelo município — e transformando-o em flores, papéis, blocos, marca-livros, acessório de canetas e porta-copos. A ação faz parte do programa de Coleta Seletiva e Educação Ambiental da Secretaria Municipal de Serviços Delegados (SEMUSD). Nova Iguaçu é a única cidade do Estado do Rio a desenvolver essa prática.

Após os alunos confeccionarem o artesanato com a massa celulósica, eles podem expor o material na escola ou levá-lo para casa. A massa celulósica, que pode ser tingida, não tem cheiro, não contamina o meio ambiente e se torna uma opção criativa para decoração, transformando-se em arranjos de flores, porta-guardanapos, buquês de noiva, entre outros itens.

“Esse projeto é importante para ensinarmos e conscientizarmos as crianças a cuidarem do meio ambiente, realizando o descarte correto do resíduo. A bituca é um resíduo danoso, e conseguimos transformar a massa em um material útil, que pode ser até utilizado em casa”, afirmou Anna Clara Ramos, responsável pelo Programa de Coleta Seletiva e Educação Ambiental de Nova Iguaçu.

Desde sua implantação, em novembro de 2019, o projeto já coletou cerca de 2,5 milhões de bitucas de cigarro na cidade, o que equivale a aproximadamente uma tonelada de lixo tóxico que deixou de ser descartado de forma inadequada no solo, na água ou em aterro sanitário. Somente no mês de fevereiro deste ano, foram recolhidas 58.725 bitucas. Ao longo do ano, a iniciativa continuará percorrendo as escolas municipais de Nova Iguaçu, com o objetivo de conscientizar os jovens sobre a importância da preservação ambiental e do descarte correto de resíduos. As bitucas de cigarro, que representam um grande desafio ambiental, são transformadas em soluções criativas e sustentáveis.

A aluna Sandra Elis Silva de Carvalho, de 4 anos, aprendeu a misturar, pintar e fazer um desenho em formato de coração com a massa celulósica. A menina foi uma das mais entusiasmadas com a atividade e soltou a imaginação.

“Estou pintando a flor e um coração, e gostei muito das cores vermelho e verde. Também vou ensinar meu pai e minha mãe a pintar”, disse a criança, que levou o trabalho para casa para mostrar aos pais.

 

A diretora da escola, Merielen Mattos, explicou a importância deste projeto envolver crianças da educação infantil.

“A educação ambiental é extremamente importante em qualquer faixa etária. Mas entendemos, com o auxílio da nossa pedagogia, que, quando começamos pelos pequenos, eles levam essa informação para casa. São multiplicadores e se tornarão adultos com essa consciência ambiental, principalmente no espaço que ocupam hoje, que está próximo à Reserva Biológica Vale do Tinguá”, garantiu.

Para obter a massa celulósica, a Prefeitura instalou mais de 100 caixas coletoras para a reciclagem do material. Para dar uma destinação correta à bituca, o resíduo mais encontrado no mundo, composto por papel, filtro (feito de acetato de celulose), cinzas, restos de tabaco, entre outros, a SEMUSD tem uma parceria com a empresa Poiato Recicla para transformar esse resíduo em massa celulósica, e trabalhar a educação ambiental nas escolas.

As caixas coletoras estão disponíveis em pontos de grande circulação, como prédios públicos, pontos de ônibus, hospitais, unidades de saúde, sede da Prefeitura e secretarias, entre outros locais.