A gestão da saúde pública de Campina Grande voltou a ser motivo de crise nos últimos dias. O chanceler do Hospital filantrópico HELP, o empresário Dalton Gadelha, afirmou que a prefeitura da cidade deve, atualmente, mais de R$ 33 milhões à unidade.
Os recursos seriam para custear o pagamento de consultas, exames, cirurgias eletivas e para o tratamento de pacientes com câncer e que fazem hemodiálise.
Aliado histórico do prefeito Bruno Cunha Lima (UB), Dalton disse em entrevista à Rádio Correio FM que “além de não nos pagar, não nos recebe”.
O hospital recorreu ao Ministério Público Federal e pediu que os procuradores apurem a falta de repasse.
Secretário nega débito de R$ 33 milhões
Após a reclamação pública de Gadelha, o secretário de Saúde de Campina Grande, Dunga Júnior, falou sobre o tema. Ele garantiu que o débito não é de R$ 33 milhões. Segundo ele, a dívida da gestão hoje é de R$ 700 mil.
“Para o recebimento dos valores, é necessário apresentar planos de ação, no caso das emendas parlamentares”, assinalou Dunga.
Depois das explicações da gestão, o hospital divulgou uma nota extensa, reiterando a existência da dívida e afirmando o reconhecimento dela pelo próprio secretário através de um ofício (Ofício nº 040/2025/SMS/PMCG, de 21 de fevereiro de 2025).
Também foram apresentados detalhes sobre notícias de fato protocoladas junto ao Ministério Público da Paraíba (MPPB) e ao Ministério Público Federal (MPF).
“Acaso se confirme eventual desvirtuamento, é possível que as autoridades envolvidas respondam por improbidade administrativa e, no âmbito criminal, por crimes contra a Administração Pública”, diz a nota.
Sobre os R$ 700 mil apresentados por Dunga, a fundação afirma que os valores “referem-se a repasse de outros recursos anteriores ao protocolo da notícia de fato, quantia que não é objeto da dívida em discussão e que se trata de recursos efetivamente devidos ao hospital por serviços prestados à população carente de Campina Grande, logo uma obrigação do gestor local.”
Saúde tem sido gargalo para gestão
O momento da saúde de Campina Grande não é nada tranquilo. Há poucos dias o Conselho Municipal de Saúde emitiu uma nota denunciando atraso nos salários de servidores e falta de medicamentos em unidades de saúde da prefeitura.
O documento também relatou “precarização das condições de trabalho”, apontando a escassez de materiais e insumos essenciais para o atendimento à população.
Texto: Pedro Pereira