Mutirão de Saúde Mental acelera atendimentos e traz esperança para famílias de Campo Grande  – CGNotícias

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Para reduzir a longa espera por atendimento psiquiátrico e psicológico, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) promove neste sábado (15), até às 19h, o Mutirão de Saúde Mental no CAPS Infantil, no bairro Monte Castelo, em Campo Grande. A ação tem como objetivo reavaliar e reclassificar mais de mil crianças e adolescentes que aguardam na fila do Sistema de Regulação (SISREG), garantindo um atendimento mais ágil e direcionado.  

A secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, destacou a importância da iniciativa.  “Estamos qualificando essa fila extensa para identificar aqueles que necessitam de atendimento especializado imediato e os que podem ser encaminhados para a Atenção Primária. Não podemos deixar crianças e adolescentes esperando, principalmente diante do aumento alarmante de casos de transtornos mentais nessa faixa etária”, pontua. 

O aumento dos casos de transtornos mentais entre crianças e adolescentes tem preocupado especialistas. Além da depressão, um dos pontos mais alarmantes é o crescimento de auto lesões  e tentativas de suicídio. A coordenadora da Rede de Atenção Psicossocial, médica psiquiatra Gislayne Budib Poleto, explica a importância da realização deste mutirão.  

“O tempo médio de espera na fila era de um ano e meio a dois anos. Todas as crianças e adolescentes atendidos estão passando por uma equipe completa, composta por médicos psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais. Também estamos realizando exames laboratoriais e emitindo a carteirinha do TEA (Transtorno do Espectro Autista)”, destaca Gislayne. 

A médica psiquiatra ressalta que fatores como excesso de tempo de tela, redes sociais e os impactos da pandemia têm agravado problemas como ansiedade e fobia social.  

“Os pais se preocupam com quem os filhos estão saindo, mas muitas vezes não monitoram o que eles assistem ou em quais redes sociais estão. O conteúdo consumido e o tempo de exposição podem influenciar diretamente a saúde mental das crianças e adolescentes”, explica a médica.

Encaminhamento e acompanhamento contínuo  

A ação vai além da triagem e reclassificação. Quem necessita de acompanhamento contínuo já sai do mutirão com o retorno agendado. Casos mais graves são encaminhados a centros de reabilitação parceiros, como Cotolengo, APAE, Juliano Varela e ISMAC.  

Para aqueles que não puderam comparecer ao mutirão neste sábado, a orientação é procurar a Unidade de Saúde da Família mais próxima ou o próprio CAPS Infantil, de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h. Para dar andamento no acompanhamento médico.

O impacto na vida das famílias  

Para muitas famílias, essa ação representa a chance de conseguir um atendimento esperado há meses, como é o caso de Fermina Duré, de 35 anos, mãe do pequeno Alan, de 7 anos, diagnosticado com autismo nível 3 e não verbal.  

“A gente precisava muito desse atendimento, tanto para o medicamento quanto para entender melhor o meu filho. Eu estava abraçando essa luta sozinha e é difícil. Mas agora com a realização desta consulta, e isso vai me ajudar bastante”, relata a mãe.

Além de Alan, Fermina também aguarda avaliação para o filho mais novo, Dylan, de seis anos, que está em investigação para autismo.  

“Na escola, pediram uma avaliação mais detalhada. A vaga do Alan sempre me ajuda com o Dylan também. É uma questão familiar. Graças a Deus agora vai dar tudo certo”, diz a mãe.

Outra mãe que vê no mutirão uma esperança é Cristina Batistoti Fugimoto, de 47 anos, que há tempos espera por acompanhamento para o filho Vicente, de 6 anos, diagnosticado com Deficiência Intelectual (DI) e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).  

“Ele ainda não tem acompanhamento e já enfrento problemas com a escola, que tem me chamado diariamente por causa do comportamento dele. Em casa, a situação também tem sido difícil. Quando fiquei sabendo do mutirão, fiquei com muita esperança de iniciar o tratamento do meu filho”, destaca Cristina.

A mãe ainda reforça a importância da iniciativa para outras famílias que vivem a mesma realidade.  “Estou aqui e agradecendo a Deus que esse mutirão existe. Meu filho precisa desse encaminhamento, e eu só quero que ele tenha o suporte necessário para que a escola possa atendê-lo melhor”, comemora Cristina.

Com ações como essa, o município busca não somente reduzir a fila de espera, mas também oferecer uma resposta eficaz ao crescente desafio da saúde mental infantil, garantindo que nenhuma criança fique de fora e sem atendimento.

#ParaTodosVerem A imagem de capa mostra os pacientes. Na sequência a imagem é da secretaria Rosana conversando com os pacientes. Depois vem profissionais da Sesau e integrante do MP estava fazendo o monitoramento da ação. A próxima foto é da Dra Gislaine e a Dra Rosana, depois vem fotos de Fermina e de Cristina.